quinta-feira, 28 de maio de 2009

O dia de Aljubarrota de Luís Rosa

Acabei de ler o último romance de Luís Rosa - O dia de Aljubarrota. Como todos os romances históricos, deste autor, é fantástico. Este livro centra-se, como o título indica, na batalha de Aljubarrota e na importância que ela teve para garantir e impor o nosso território como independente. Numa narrativa poética e povoada de imagens somos levados a rever a nossa história e a nossa identidade como povo. Somos tranportados para outro tempo que preparou o nosso; para o tempo que originaria novos rumos para a humanidade.
Curioso que ultimamente tenho lido menos mas este tipo de livros sendo simples me prendem e me fazem pensar; e como precisamos de pensar! A leitura faz-nos crescer, abrir horizontes e perspectivas. Infelizmente lê-se muito pouco! A leitura exige duas coisas fundamentais e inseparáveis: o silêncio e o tempo. Como não sabemos fazer silêncio não encontramos tempo nem motivação para a leitura. O silêncio permite encontrar tempo dentro de nós mesmos e este mais do que o tempo físico (do relógio) é que permite a aprendizagem dos dias e o descanso do olhar sobre o papel piltalgado de letras, cores, cheiros e emoções no folhear e desvendar de um livro.

domingo, 17 de maio de 2009

Um dia em números ou os números de um dia

7:45 O despertador saltou agitado, levantei-me e desliguei-o; fiz a higiene pessoal e vesti-me; na cozinha meti uma chávena de leite ao micro-ondas e cortei queijo para os 2 pães-de-leite; 1 iogurte de morango completou o meu pequeno-almoço para me ajudar a resistir durante a manhã que teimosamente acordou molhada e fria. 8:45 Liguei o carro e marcava 6 graus célsius; 9:00 Eucaristia em Lamas de Mouro – celebrei a Eucaristia para 27 pessoas das quais a mais nova tem 20 e tal anos e 90% tem mais de 50 anos. Terminada a celebração tive 20 e tal km pela frente numa estrada muito mal tratada pelos camiões que trabalham para as eólicas. No caminho predominavam o verde, o amarelo, o branco e o roxo de urzes e giestas. Passei por vacas e vitelinhos no pasto que na sua animalidade pastavam calma e tranquilamente. 10:30 Eucaristia na Gavieira – celebrei com 45/50 pessoas; 3 crianças acolitaram à celebração; 6/7 têm menos de 50 anos e a grande maioria tem mais de 60 e 70 anos. (A meio da celebração 1 cão entrou e foi colocar-se ao lado da sua dona; enquanto no exterior outros corriam e ladravam, por vezes, pareciam entender o que lá dentro se passava.) 11:15 Tomei café com alguns paroquianos; falamos sobre o tempo, a chuva e o frio, no fundo, sobre nada; uma conversa iniciada a divagar sobre o tempo dificilmente atinge profundidade, pode ser meio de conhecimento ou de ‘meter’ conversa mas nunca de aprofundamento de uma relação. 12:00 Chovia em todo a vale do Santuário de Nossa Senhora da Peneda e celebrei Eucaristia com os poucos presentes (27 pessoas – 4 adolescentes, 1 bebé, 1 casal jovem e os restantes idosos); o Santuário parecia ainda maior e impessoal (do frio) do que costuma ser. Enquanto celebrava foram saindo e entrando pessoas; uns entravam, paravam e rezavam; outros entravam e saiam como se de outro lugar qualquer se tratasse. 13:10 Entrei no restaurante e sugeriram-me leitão para o almoço, sugestão que aceitei e acompanhei com salada de alface e tomate (dispensei parte – quase toda – das batatas fritas); à sobremesa, a contrastar com o picante do molho do leitão, comi um abacaxi doce e agradável perfumado com um café (paguei 17.30€ - preço especial, parece). Enquanto almoçava ao meu lado estavam 2 caçadores (pareciam pela indumentária); 1 casal de namorados, visivelmente, apaixonadas; vários casais com crianças – uma delas fazia birras com a mãe e porque ela teimava em não a deixar sair para brincar batia-lhe e a mãe, inocente, ria-se (educar para quê?). 15:00 Encontro com delegados (10) de catequese do Arciprestado de Melgaço em Chaviães para planear uma actividade de fim de ano da Catequese, entre outros assuntos. 17:00 Visitei e orientei a oração num velório em Castro Laboreiro; 18:00 Atendi 1 par de noivos (Cristina e Rui); 19:00 Atendi 1 par de noivos (Patrícia e Alberto); 20:00 Jantei uma sopa aquecida e fruta; São estes alguns dos números que fizeram este meu dia que ainda não terminou; números duros, difíceis, caros, longos, agradáveis, motivadores e vice-versa de tudo o que uma vida é e potencia. Que em todos eles Deus seja louvado!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Festa do alvarinho e do fumeiro

Por estes dias, Melgaço foi a capital do vinho alvarinho e do fumeiro! Centenas de pessoas passaram pelo recinto da feira para beber, comer, dançar, no fundo, fazer festa ou aproveitar a festa .
Eu também fui à festa e fiquei-me pelo provar de alguns vinhos e algum presunto (dançar não sei!). De facto foi uma grande festa. Encontrei muitos colegas de Seminário que não via há muito tempo; conversamos e bebemos ao som da multidão.
Por outro lado, vi muitas pessoas conhecidas e em muitos rostos parecia ver a identificação de um criminoso, de alguém que estava fora do seu lugar. E elas não têm culpa, ou pelo menos, não a têm toda! Porque se abituram ou foram habituadas a ver o padre apenas dentro da igreja e de sotaina e extrapolaram isso para as suas vidas, isto é, a religião e a fé vivem-se dentro da igreja (onde está o padre). Acontece que os tempos e as mentalidades mudaram ou têm que mudar! A fé a religião vivem-se dentro da igreja e fora dela. O padre é padre na igreja e fora dela. E cada um, onde se encontra, tem que expressar, sem fazer alarido, a sua fé e as suas convicções. Assim se constrói igreja e se fazem cristãos!