sábado, 15 de maio de 2010

XV - Confirmação; Sacramento da maturidade cristã

Os Sacramentos são o ‘lugar’ ou ‘espaço’ de encontro com Deus de forma privilegiada num perpetuar da entrega de Jesus na cruz por amor à humanidade.

Maturidade

Maturidade tem a mesma raiz, a mesma origem que maduro; estar maduro é estar bom, saboroso; por exemplo: um fruto quando está maduro é quando ele é melhor. O Sacramento da Confirmação é o Sacramento da maturidade cristã – quando estamos bons, saborosos, preparados para viver a fé, no vigor da juventude.

Responsabilidade e maturidade cristã

Muitos cristãos baptizados e confirmados (crismados) vivem como se Deus não existisse. Muitos não cristãos perguntam: onde estão os verdadeiros cristãos? Há pessoas que se dizem cristãs e católicas e nunca entram numa igreja, nunca rezam. Ora isto é negar aquilo em que dizem acreditar.
Pelo Sacramento da Confirmação o cristão baptizado assume-se como cristão. A dificuldade, nos tempos de hoje, não está em assumir a Confirmação, está em assumir o quer que seja. “Se sou depressivo e não sei enfrentar a vida, a culpa é dos meus pais. Se não sei desenvolver as minhas capacidades, a culpa é dos professores. A Igreja é culpada de eu não ter gosto na fé. A sociedade é culpada por não poder encontrar a profissão dos meus sonhos” (Anselm Grün, A Confirmação, p.15). Esta atitude do ‘coitadinho’ não leva a lado nenhum. Todos são culpados e eu? Faço esforço? Tudo depende da atitude colocada nas situações. Hoje muitas pessoas não assumem responsabilidades perante si próprias e não estão dispostas a assumi-las ou a responsabilizar-se perante a sociedade, a comunidade ou a Igreja. O Sacramento da Confirmação é o Sacramento de assumir responsabilidades publicamente no sentido de se comprometer com Cristo e com a Igreja.
Depois da Morte de Jesus na cruz os discípulos ficaram baralhados, muitos foram embora; depois com a Ressurreição voltaram a reunir-se mas com medo; Jesus aparecia-lhes e tudo. Só perderam o medo e saíram para as praças a anunciar o Reino de Deus depois do Pentecostes (50 dias depois da Páscoa – podemos ler nos Actos dos Apóstolos 2, 2-4). O Espírito Santo deu-lhes força e consciência da responsabilidade que era continuar e divulgar a doutrina de Jesus. O Espírito Santo fazia-os falar, falava por Eles.
Do mesmo modo que os discípulos no Pentecostes receberam o Espírito Santo também nós recebemos o Espírito Santo quando somos confirmados na fé. O Sacramento da Confirmação faz-nos profetas e testemunhas de Jesus e da sua doutrina. O crismado como que é um novo Apóstolo para a Igreja e para o mundo.

Palavra de Deus

“De facto, todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus. Vós não recebestes um Espírito que vos escravize e volte a encher-vos de medo; mas recebestes um Espírito que faz de vós filhos adoptivos. É por Ele que clamamos: Abbá, ó Pai! Esse mesmo Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que com Ele sofremos, para também com Ele sermos glorificados. É assim que também o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir, para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que examina os corações conhece as intenções do Espírito, porque é de acordo com Deus que o Espírito intercede pelos santos.” [Rm 8, 14-17; 26-27].

Questões:

Sentes a responsabilidade do Sacramento que vais celebrar? Explica como entendes ou o que entendes sobre o Sacramento da Confirmação.

Próximo encontro no dia 29 de Maio às 21h;

[Texto realizado para encontro de formação para a Celebração da Confirmação - Melgaço 2010]

quinta-feira, 13 de maio de 2010

13 de Maio

Os olhares no dia de hoje centram-se em Fátima por ser 13 de Maio (aniversário da Aparição de Nossa Senhora) e por o Papa estar em Fátima.

Esta manhã acordei com sono mas entre um pão com manteiga, leite com café e mel li o texto proferido pelo bispo do Porto D. Manuel Clemente aquando da entrega do Prémio Pessoa 2009 em que ele faz uma análise sobre o 'ser português'. Texto fantástico emaranhado de citações do Padre António Vieira, um exemplo paradigmático do 'ser português'. Vieira diz que "sem sair, ninguém pode ser grande" porque a inveja imperra os olhares e os corações embrutecem diante das qualidades dos outros (será necessário acrescentar mais alguma coisa?).

Depois presidi às ladaínhas (assim conhecidas) ou rogações invocando o olhar dos santos e dos anjos sobre as sementeiras e os campos (no fundo sobre as vidas já que as sementeiras são poucas ou quase nenhumas). Avisei, mais uma vez, a Visita Pastoral do Sr Bispo e lembrei que não pedia para estarem ou não presentes porque a fé não depende desta ou daquela pessoa, deste ou daquele penteado, deste ou daquele sorriso mas de Jesus Cristo.

Celebrei em louvor de Nossa Senhora de Fátima apresentando-A como Mãe da humanidade, Mãe dos crentes e esperança para todos porque nos encaminha para Jesus Cristo.

Almocei com jornalistas do Diário do Minho que vieram fazer uma reportagem sobre o Santuário de Nossa Senhora da Peneda.

Visitei as obras da Capela da Sra do Numão, um dos locais mais bonitos de Castro Laboreiro, que brevemente terá uma Capela digna desse nome!

Um cura da aldeia num 13 de Maio! Louvado seja Deus!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Papa em Portugal

O Papa Bento XVI está em Portugal como peregrino e não deixa de ser uma interpelação permanente para crentes e não crentes. Não deixemos que os clichés, as falsas imagens, os pecados, nos afastem de tudo. A busca da Verdade exige informação e formação! "Convido-vos a aprofundar o conhecimento de Deus tal como Ele Se revelou em Jesus Cristo para a nossa total realização. Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza." "Vós, obreiros da cultura em todas as suas formas, fazedores do pensamento e da opinião, «tendes, graças ao vosso talento, a possibilidade de falar ao coração da humanidade, de tocar a sensibilidade individual e colectiva, de suscitar sonhos e esperanças, de ampliar os horizontes do conhecimento e do empenho humano. […] E não tenhais medo de vos confrontar com a fonte primeira e última da beleza, de dialogar com os crentes, com quem, como vós, se sente peregrino no mundo e na história rumo à Beleza infinita» (Discurso, no meu encontro com os Artistas, 21/XI/2009)." Sem cultura que seremos? A Igreja (Povo de Deus)foi quase sempre pioneira de cultura e quando deixa de o fazer deixa de ser quem é!