sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Jornadas Europeias do Património 2010

Entre 24 a 26 de Setembro assinalam-se (em Portugal) as Jornadas Europeias do Património, iniciativa do Conselho da Europa e da União Europeia para sensibilizar para o património.

A Cultura tem sido a enteada de todos os Governos deste país, pouco dinheiro, muito mal distribuído e pior gerido! Mas este é o país que somos!

Custa-me perceber que se invistam milhões em projectos (ditos) culturais que apenas interessam a algumas empresas de animação e não se invista com seriedade na recuperação do património material e imaterial deste país fruto das diferentes vicissitudes da história.

Por outro lado os senhores de "secretária" não conhecem o país real e decidem sem que sejam para cumprir as suas decisões!

Um povo que respeita a sua história e o seu património, respeita-se e constrói o futuro!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pegadas no tempo

Durante a nossa existência deixamos pegadas ou marcas por onde passamos. Cada um de nós, no caminho da vida vai construindo a sua identidade no confronto e no acolhimento do outro.

O acolhimento

Acolher e receber são verbos que, cada vez mais, temos dificuldade em conjugar. Temos dificuldade em receber e muito mais em dar. O Verão é o tempo predilecto para o acolhimento, para o dar e o receber. O Verão chama-nos para fora, a sairmos de casa, do nosso “canto” e a irmos ao encontro do outro. A hospitalidade cristã desafia-nos a recebermos toda a gente no nosso coração. E não posso deixar de recordar as palavras de Antoine de Saint-Exupéry: “os homens deixaram de ter tempo para conhecer o quer que seja. Compram as coisas já feitas aos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens deixaram de ter amigos. Se queres um amigo, cativa-me!”, no livro O Principezinho.

O tempo de férias

O descanso merecido depois de um ano de trabalho não é um tempo morto. As férias permitem-nos cultivar as nossas amizades, os nossos gostos ou divertimentos. São um tempo frutuoso, se bem aproveitado. Muitas vezes, durante as férias esquecemos tudo: Deus, a família, a comunidade, os amigos e gastamos ou matamos o tempo em futilidades. Um tempo que podia ajudar ao fortalecimento de laços transforma-se numa feira de vaidades, de despiques e salamaleques que nada constrói e tudo mina.

As festas e romarias

No lugar mais recôndito das nossas aldeias não se passa sem as festas de Verão. Festa que une e congrega uma comunidade de filhos espalhados por esse mundo além.
A comunhão é caminho para Deus mas, tantas e tantas vezes, as nossas festas sendo em Nome de Jesus, de Nossa Senhora ou dos Santos, é a quem menos tempo se dedica. Tantas e tantas vezes centramo-nos no acessório e esquecemos o que é fundamental!
Uma festa religiosa mede-se pelo amor à Eucaristia. “A Eucaristia não é algo, é Alguém. Não é só efeito da obra salvadora de Cristo, mas o próprio Cristo Salvador, salvando aqui e agora pelo sacramento” (Dom António Marto).
Da vida para a Eucaristia e da Eucaristia para a Festa numa conjugação perfeita do viver crente.
Tudo o que não passa ou não afina por este diapasão é despropositado e inútil – “vaidade das vaidades: tudo é vaidade” (Ecl 1,2).
Infelizmente ainda estamos presos às amarras da tradição e não nos deixamos libertar por Jesus Cristo que é plena liberdade.

Liberdade e pensamento

Jesus Cristo deixou-se amarrar numa cruz para nos libertar, para não nos deixar escravizar por nada nem por ninguém.
Muitos homens e mulheres do nosso tempo querem-se escravos e não livres. Deixam-se seduzir pelo desejo da vingança, do ódio, do dizer mal e, pior do que isso, recorrem à bruxa em busca de soluções para os seus problemas e acabam por cair numa espiral contínua de prisões e ameaças, de medos e de esquemas ocultos que têm que cumprir à risca. E ao pároco não lhe pedem ajuda nem conselho. Cristo que liberta deixamo-lO fechado na igreja e nós entregamo-nos de braços abertos à escravidão.
A este propósito recordo-me do livro que acabei de ler há dias: “Uma deusa na bruma” de João Aguiar. Nesse livro o autor narra de forma romanceada como seria a vida num castro entre Douro e Minho em meados do século II a.C. quando chegaram os romanos a essas paragens. Naquela época tudo tinha conotação religiosa, tudo era sagrado, até para atravessar um rio tinham que consultar os áugures ou os adivinhos para decidir o que fazer.
Passados 2200 anos dessa narrativa e 2000 da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo muitos homens e mulheres ainda não se deixaram libertar por Deus que é amor.
Mas o dever da igreja – Povo de Deus – é ensinar a pensar; é ser caminho de libertação. “Cuidar do pensamento é cuidar da diferença antropológica. É esta a questão de hoje, quando muito da circunstância é de nivelamento ou até de redução do ser humano. Seja a actividade da Igreja centrada em ensinar a pensar, como caminho propedêutico ao encontro da fé. Depois da tentação redutora de explicar Deus, de O desvendar e de O provar nas circunstâncias da história, ensine-se a pensar, cultivem-se itinerários catequéticos de reflexão, e Deus, sem necessidade de prova, acontecerá nos encontros mais secretos de cada ser humano” (José da Silva Lima).
Nesta caminhada que cada um de nós tenha presente que “a religião constitui sempre uma procura a caminho de uma plenitude por atingir” (João Duque) mas que viveremos plenamente no dia do encontro definitivo.

In jornal ZEBRISCO do ALTO MOURO, ANO IV, Nº 11.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ups ...

Depois de muitos meses ausente estou de regresso ... os afazeres do Verão não deram para mais!