sábado, 20 de fevereiro de 2010

X - À descoberta de Jesus

Quer o NT quer o AT têm como figura central e unificadora Jesus. Como a Bíblia também a história da humanidade foi dividida num antes e num após Jesus. É esta figura histórica e misteriosa que vamos procurar descobrir em breves pinceladas. O contexto histórico e geográfico Jesus viveu na Palestina (actual estado de Israel e da Palestina) que estava dividida em três províncias: Galileia, Samaria e Judeia. Politicamente eram dominados pelos romanos. O povo judeu já tinha estado nesta situação mais vezes (Assíria, Grécia, Babilónia) e isso ajudou a definir muito bem a identidade do povo. A luta permanente contra os estrangeiros criou uma identidade e uma independência fundada na religião. A religião judaica apoiava-se em dois pilares fundamentais: a Lei e o Templo. Jesus sendo judeu nasceu em Belém (região da Judeia) e depois viveu até aos 30 anos em Nazaré (região da Galileia). O povo vivia da agricultura, da pesca e pequeno artesanato explorado pelos grandes proprietários e pelos pesados impostos de Roma. Grupos religiosos A identidade do povo judeu fundada na religião entendia várias classes e vários grupos dentro desta identidade. Classe dominante: O Sinédrio (que era um órgão de governação – tanta quanta os romanos permitiam) era formado por 70 elementos das classes dominantes (sacerdotes, escribas e fariseus). Zelotes: pretendiam a libertação do poder romano através da força, andavam em guerrilha e instigavam a revolução política. Fariseus: para eles o importante era a prática rigorosa e minuciosa da Lei, caindo num legalismo exterior e pouco humano. Essénios: a perfeição estava na fuga do mundo e pregavam a destruição doa pecadores. Posição de Jesus face a tudo isto Jesus esteve em permanente confronto com estes grupos e com estas mentalidades. Jesus manteve-se independente de todos os grupos. A classe dominante vê n’Ele um incómodo porque Ele fala e convive com os pobres e marginais. Jesus pregava a não-violência que não agradava aos zelotes. Quanto aos fariseus são criticados constantemente por Jesus que os considera arrogantes. Jesus andava no mundo em contacto com os pecadores e anunciando a misericórdia de Deus que ia contra tudo o que os essénios defendiam. Jesus propõe o Reino de Deus Aos 30 anos Jesus começou com alegria e entusiasmo o anúncio do Reino de Deus. Jesus proponha o reinado do Deus e não de perspectivas ou de grupos. Era uma perspectiva profética totalmente nova. O ‘reino de Deus’ era uma expressão conhecida e significava ou exprimia a relação de Deus com o povo face à Aliança. Esta expressão significa a proximidade de Deus que vem renovar o coração do seu povo transformando a sociedade num reino de paz, de amor, liberdade e justiça. Jesus anuncia e dá início à concretização do Reino de Deus. Jesus manifesta, mostra presente o Reino de Deus na sua pregação (as parábolas do Reino – Mac 5), nos milagres, na misericórdia de Deus, etc. O Reino de Deus é o próprio Deus que se faz presente e próximo em Jesus e nos torna participantes da sua vida, verdade, bondade e justiça. Morte e Ressurreição de Jesus A morte de Jesus é consequência da Sua vida. Jesus colocou-se noutro patamar que todos os grupos religiosos; não pactuou com nenhum nem se calou quando era necessário denunciar o que quer que fosse. A sua pregação do Reino é revolucionária para a mentalidade instalada. Fala com autoridade e é provocante nas suas atitudes. Relativiza os costumes e o estabelecido. Coloca-se acima de tudo e de todos. A Sua morte é consequência da Sua vida; que Ele aceita livremente. A consequência só podia ser a morte que Ele aceita e sabe que vai acontecer (Mc 8, 31; 9, 81; 10, 32-34). A liberdade de Jesus manifesta-se fundamentalmente na sua disponibilidade para levar o projecto que escolheu até ao fim. Na última viagem para Jerusalém sabe que caminha para a dor, a paixão e morte e segue serenamente o Seu caminho. Fiel à sua vocação mostra a sua liberdade ao não temer a morte que se avizinha. A morte não é inútil mas a doação total à humanidade, para salvar a humanidade. Morre mas ressuscita. Este é o coração da fé cristã. Quem não acredita na ressurreição não é cristão. E a ressurreição não é do campo do razoável nem do provável mas, e apenas, do campo da fé. Nós acreditamos através do testemunho dos Apóstolos (Act 1, 12-22). Foi a ressurreição que deu origem à fé em Jesus Cristo como Salvador da humanidade. A morte de Jesus foi comum a tantas mortes e que foi extraordinário foi a ressurreição. Tudo é relido a partir da ressurreição. Para os discípulos não foi uma situação fácil. O exemplo paradigmático são os discípulos de Emaús que desiludidos com a morte de Jesus regressam à sua terra quando Ele lhes aparece e tudo se altera, ganha novo sentido e vigor. Questão: Quem é Jesus para ti? E que sentido faz acreditar na ressurreição dos mortos? Próximo encontro no dia 27 de Fevereiro às 21h; [Texto realizado para encontro de formação de preparação para a Celebração do Sacramento da Confirmação - Melgaço]

1 comentário:

  1. JESUS Para mim e a razão do meu viver.Jesus morreu, ressuscitou, venceu a morte e o pecado.Para nos um dia ressucitar mos tambem,doutra maneira naõ tinha sentido, por issi a todo momento o devemos .Colocar a frente de tudo,pois sò a Ele toda HONRRA e GLORIA amen

    ResponderEliminar