sábado, 31 de outubro de 2009

No silêncio de Oseira

Esta semana, o clero de Melgaço, para assinalar o Ano sacerdotal reuniu-se em ambiente de oração e reflexão na Abadia Cisterciense de Santa Maria de Oseira - Orense, Espanha.
No meio das montanhas o silêncio da cadência dos dias e das melodias dos salmos entoados pelos monges no coro alto da Igreja da Abadia.
Este lugar construído durante seis séculos (séc. XII a XVIII) e reconstruído durante oito é um livro aberto de arte em louvor do nosso Deus. As abóbadas em pedra ou os altos-relevos falam do artista e do Seu Criador.
Neste tempo pudemos reflectir sobre o texto do Papa Bento XVI para Ano Sacerdotal; frisando as dimensões do dom e do serviço que cada um de nós transporta em frágeis vasos de barro.
Durante este tempo fomos acolhidos pelos monges (12) na sua casa e participamos em alguns momentos de oração da comunidade. Num ambiente austero e acolhedor vivem os monges em clausura dedicando-se à oração e a algum trabalho manual que lhes assegura a sobrevivência. Neles vê-se uma entrega total. O irmão Luís é o que trata das visitas e dos quartos. Pequeno e sorridente a todos acolhe com simplicidade e com simpatia. Este trabalho parece adequado àquela pessoa. E é. Mas este pequeno frade é um poço de sabedoria em arte propriamente dita e na arte de servir. É formado em arte e um artista comprovado com centenas de pinturas, esculturas e outras tantas exposições. Porque anda um homem destes a tratar de quartos? Porque na humildade do trabalho reforça os laços da comunidade; depois da oração (em primeiro lugar), da limpeza dos quartos e da recepção dos hóspedes ainda encontra tempo para pintar. Na humildade e no serviço está a grandeza deste frade e de qualquer pessoa (esta foi uma grande lição há muito aprendida mas tantas vezes esquecida).

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