domingo, 10 de janeiro de 2010

VII - Do Deus libertador ao Deus da Aliança

No último encontro partimos ao encontro da Bíblia – Palavra de Deus. Vimos, essencialmente, o enquadramento histórico dos diferentes livros da Bíblia; tecemos algumas considerações sobre o livro do Génesis e sobre a centralidade da Palavra de Deus na vida da Igreja e de cada crente. A história da salvação começa com a vocação de Abraão e continua com a renovação da promessa aos seus descendentes Isaac e Jacob (são conhecidos como os patriarcas – pais na fé). No entanto, a centralidade da fé do Povo de Israel reside no acontecimento do Êxodo (saída da escravidão do Egipto para a terra da liberdade). Moisés torna-se na figura mais representativa do Antigo Testamento – falava face a face com Deus. Deus Libertou o seu povo O Povo de Israel passou a ler a sua história e sua vida à luz do acontecimento libertador do Êxodo. Dos descendentes de Isaac e de Jacob vários emigraram para o Egipto e pequena quantidade e foram recebidos pelos egípcios. Mas em pouco tempo tornaram-se numa grande multidão devida à elevada taxa de natalidade. O faraó assustou-se e para os controlar submeteu-os a trabalhos forçados mas como continuavam a nascer muitas crianças ordenou que todo o menino israelita que nascesse fosse lançado ao rio. Moisés É nesta situação que nasce Moisés e a mãe para o salvar coloca-o numa cesta calafetada junto ao rio. A filha do faraó veio ao rio, viu o bebé a chorar e resolveu adoptá-lo dando-lhe como nome Moisés que significa: salvo das águas. Foi levado para o palácio e educado na sabedoria e na cultura dos egípcios – tornou-se uma pessoa importante. Descobriu que era israelita e foi visitá-los. Não podia suportar a injustiça de que eram vitimas e procurou que se unissem para se libertar da injustiça; encontrou resistência por parte deles e chegado aquele ponto do caminho só lhe restava a fuga pois se o faraó soubesse dos seus intentos estava desgraçado. Fugiu e foi viver como estrangeiro na terra de Madian. Casou, formou família e era pastor. Andava a pastorear o rebanho no Monte Horeb quando lhe apareceu Deus numa sarça-ardente. Deus Chama por Moisés e apresenta-se como o Deus de seus pais: Abraão, Isaac e Jocob e dá-lhe uma missão – libertar do sofrimento do Egipto o Povo de Israel. Moisés tinha ainda presente a experiência do fracasso da primeira tentativa, conhecia o poderio dos egípcios no entanto parte com confiança porque a obra não é dele mas de Deus. Perante Deus e perante a missão que Deus lhe confia mais se sente pequeno e incapaz. Moisés parte para o Egipto fala com o faraó e Deus intervém através de sinais (as pragas do Egipto) e povo confia em Moisés. O faraó cede e os israelitas partem, na noite da partida celebraram a Páscoa à pressa e comeram cordeiro e ervas amargas. Partiram de madrugada mas o faraó manda o exército no seu encalce. Os obstáculos são muitos mas Deus intervém de forma prodigiosa e povo consegue partir e entrar no deserto. Deserto Após a libertação o povo caminha pelo deserto até ao Monte Sinai. Depois de atravessar a Mar Vermelho abre-se diante do povo o deserto desolador. O deserto é o lugar da provação, da dificuldade e da purificação. Os israelitas sofreram muitas provações: a sede, a fome, entre outras. Nestas situações o povo revolta-se contra Moisés e chega até a desejar a comida da escravidão – onde havia cebola e carne. O deserto proporciona a mudança de mentalidade; proporciona a descoberta de que a liberdade é dom de Deus mas também tarefa nossa; proporciona a confiança em Deus. Aliança Depois de três meses de provação no deserto o povo chega ao Monte Sinai. Nesse lugar dá-se o acontecimento determinante de toda a história do Povo de Israel – Deus faz com o povo uma aliança. Deus compromete-se a assistir o povo e o povo compromete-se a ser fiel a Deus. Deus torna-se protector de Israel e este em sua propriedade. Esta pertença a Deus tinha que se traduzir no comportamento do povo - em nome de Deus Moisés entrega ao povo os Mandamentos da Lei de Deus que apontam o caminho de fidelidade à aliança. Palavra de Deus Livro do Êxodo Pistas de análise Reflectir sobre o livro do Êxodo pode levar-nos a acolher como dom a liberdade; pode ajudar-nos a empreender um esforço de libertação e a celebrar a presença de Deus que liberta de tantas escravidões em que vivemos. Moisés vivia em solidariedade com o povo e em intimidade com Deus. Deus quer pessoas dignas e libertas. A fé liberta e promove valores humanos – solidariedade, coragem, fidelidade. A aliança mostra-nos o rosto autêntico de Deus – próximo, solidário, comunhão. Jesus encarna, sintetiza e congrega em Si o Deus libertador e o Deus da aliança. Questões Como pode a fé ser caminho de libertação? O povo via a presença de Deus continuamente – porque será que hoje as pessoas não vêem ou não sentem a presença de Deus? Procura responder tendo em conta a ideia de deserto (mínimo 30 linhas). Próximo encontro no dia 23 de Janeiro de 2010
[Texto realizado para encontro de preparação para a Celebração do Sacramento da Confirmação - Melgaço]

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