sexta-feira, 26 de março de 2010

XIII - O Domingo, Dia do Senhor, e a Eucaristia

O Domingo não é continuação do Sábado judaico ou um dia de descanso mas a sua origem está na Ressurreição de Jesus; na Eucaristia dominical nós celebramos ou fazemos memória e tornamos presente a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. DOMINGO Este dia tem cunho cristão, está marcado pela Ressurreição como podemos verificar nos Evangelhos (nomeadamente). O Domingo, do latim Dominica e no equivalente grego kyriaké, encerra em si o resultado da Ressurreição, pois por ela Jesus foi constituído Kyrios, Dominus, Senhor. Por esta razão desde as origens da Igreja o primeiro dia da semana foi distinguido dos outros, porque dia do memorial da Ressurreição, recebeu o nome de Dia do Senhor. As aparições de Jesus ressuscitado aos Apóstolos dão-se no Domingo quando Eles estão reunidos para recordar o dia da Ressurreição. Assim, o Domingo deve ser o dia por excelência da assembleia litúrgica que reforça a unidade da Igreja com Cristo ressuscitado. No Domingo devem os fiéis reunir-se para participarem na Eucaristia, ouvirem a Palavra de Deus recordarem a Paixão e Ressurreição de Jesus. O Domingo é o dia de festa, da alegria e do repouso. É evidente que existem muitos condicionalismos que podem por em risco o Domingo. As solicitações de índole desportiva, cultural, política ou social muitas vezes assumem o lugar primordial e o Domingo passou a significar o dia livre para essas actividades e não para celebrar o Dia do Senhor. Por outro lado a ideia do preceito dominical de ouvir missa é pobre e muito pouco esclarecido. No entanto sabemos que a celebração do Domingo como dia do Senhor e da Eucaristia vem desde os Apóstolos e das primeiras comunidades ao qual eles não falhavam porque reconheciam que como cristãos não podiam viver sem ele. O repouso dominical não é essencial à celebração do Domingo. Em muitos países em que se trabalha ao Domingo os cristãos antes de ir trabalhar celebram o Domingo como dia do Senhor, recordam e tornam presente a Ressurreição de Jesus. Muito do sentido do Domingo perdeu-se; será o Domingo que tem que se adaptar aos cristãos ou ao contrário como aconteceu no início? Certamente que passará por uma redescoberta do sentido do Domingo e por uma redescoberta do que se celebra no Domingo. “Domingo após Domingo, ela (a Eucaristia) é uma grande escola de vida, um encontro contagioso de amor. É nela que experimentamos a verdade da Boa Nova que aquece o coração: ‘Deus não nos ama porque somos bons e belos, mas torna-nos bons e belos porque nos ama’ (S. Bernardo) ” [Bruno Forte]. É na celebração dominical que nos descobrimos como povo de Deus, como assembleia crente, como comunidade celebrante. EUCARISTIA (acção de graças) A Eucaristia é dom de Deus, esse dom é Jesus Cristo que se oferece novamente como pastor bom e belo. A Eucaristia é, assim, encontro com Jesus Cristo que nos torna ou transforma em bons e belos. Na Eucaristia não recordamos apenas a Ressurreição de Jesus mas tornamo-la presente porque a Eucaristia recorda, actualiza e torna presente o mistério de Deus no meio da humanidade. Assim participar na mesa da Palavra e na mesa do Pão, celebrando a Eucaristia percebemos que fazemos parte do Corpo de Cristo e encontramos a necessidade de a celebrar a cada Domingo. Não se trata de uma necessidade imposta mas de uma necessidade originária e interior. Na Última Ceia Jesus deixa-nos um mandato: ‘Fazei isto em memória de Mim’. Os discípulos de Emaús reconhecem Jesus ao partir do pão. Na Eucaristia unem-se todos os dons e carismas da comunidade cristã. Cristo a todos une e unifica e a Eucaristia é fonte de toda a vida da Igreja e de toda a vida dos cristãos. A Eucaristia é escola de acção de graças, escola de esperança, escola de amor, escola de Cristo porque é Ele que se dá, é Ele que preside e é Ele que envia em missão os cristãos. PALAVRA DE DEUS “Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele. Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer, pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.» Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós, pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deus.» Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» ” [Lc 22, 14-20]. “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum” [Act 2, 42-44] QUESTÕES: Que sentido tem para ti o Domingo? Celebras com alegria a Eucaristia? Poderá um cristão viver sem se encontrar com Cristo na celebração da Eucaristia (lembra-te dos teus amigos)? Próximo encontro no dia 17 de Abril às 21h; [Texto realizado para encontro de Formação para a Celebração da Confirmação - Melgaço 2010]

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